Gateiros

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

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Um Novo Olhar sobre os Bixanos

Com seu ar enigmático, ele já foi associado a deuses e demônios ao longo da história. Hoje, após milênios de convivência com o homem, o bichano é o animal de estimação mais adaptado à vida moderna e um aliado considerável na hora de cuidarmos da nossa saúde

Por: Paola Bello

Dona Luiza*, 65 anos, ficou viúva neste ano. Para piorar, não podia contar com o apoio dos filhos, que viviam distantes dela, física e afetivamente. Por conta disso, além de tremores nas mãos, passou a ter problemas estomacais, enxaquecas e dores musculares. Mesmo nesse estado, ela teve disposição para recolher um gato que fora atropelado na rua onde mora. O que era apenas um ato de solidariedade acabou virando uma estratégia que, em vez de uma vida, pode estar salvando duas.

Entre as idas e vindas ao veterinário, ela e o gatinho vira-lata começaram a participar de sessões de zooterapia. Nelas, percebeu que, ao assumir a responsabilidade de manter o animal vivo e bem cuidado, dona Luiza exigia saúde e bem-estar de si mesma. Em conseqüência, conseguiu purgar a perda do marido e resgatou o relacionamento com os filhos.

Casos como esse entram para a contabilidade que está ajudando os felinos a atenuar o estigma de interesseiros e anti-sociais. Com isso, ganham mais espaço nos lares. No Brasil, eles são um para cada 12 habitantes - há um cachorro para cada 6 brasileiros. Entretanto, veterinários
, zooterapeutas e o mercado de alimentos para animais apostam na tendência de o gato se tornar o animal do futuro. Pudera, as famílias estão se tornando menos numerosas, os lares estão cada vez menores, e as pessoas estão passando muito menos tempo em casa. Se há um bicho que consegue se adaptar bem a esse quadro, é o gato, que vem dividindo o ambiente com os humanos há muito tempo.

Apesar do temperamento de caçador solitário, o gato aprecia a proximidade com os humanos. E, claro, sabe que vai sobrar comida nesse açougue em Marrocos

Quando o homem começou a procurar um local para chamar de lar, lá estava o gato. Logo que desenvolveu a agricultura - entre 10.000 e 12.000 a.C. -, deixou de ser nômade e começou a estreitar os laços de amizade com os felinos. E tudo teve início como uma troca de favores: o homem passou a armazenar alimento; com a estocagem de grãos, vieram os roedores, que, por sua vez, atraíram os gatos. O mais antigo fóssil que comprova essa amizade é de 9.500 a.C. Descoberta em 2004, a ossada de um gato selvagem dividia a tumba com a de um humano. O achado derruba a tese de que os egípcios teriam sido os pioneiros na domesticação dos felinos, em aproximadamente 2000 a.C., já que o fóssil foi encontrado na ilha mediterrânea de Chipre.

Pelo tamanho da ossada, o primeiro amigo felino não devia ter mais de 8 meses de vida, o que indica que teria sido morto para acompanhar a dona após a morte. Porém, o indício mais forte da amizade consiste no fato de que, nenhum gato, de espécie alguma, é nativo da ilha de Chipre. Para a existência desse fóssil, a hipótese mais provável é a de que os próprios moradores da ilha viajaram cerca de 70 quilômetros, até a Turquia, onde adquiriram o animal e o levaram para a vila.

"Pesquisando os componentes genéticos de gatos selvagens da Europa, da Ásia, da África e do Oriente Médio, concluímos que realmente a domesticação começou na ilha de Chipre, com gatos provenientes do Crescente Fértil [região entre os rios Nilo, Tigre e Eufrates, onde iniciou a agricultura]", afirma Stephen O'Brien, chefe do laboratório de diversidade genômica no Instituto Nacional do Câncer, em Maryland, EUA.

Continua...

Fonte Revista Galileu

Parte: 1,2,3,4

3 comentários:

Liz. disse...

É, cada vez é mais provado de que gatos fazem muito bem as pessoas, não só o cão.

Arte dos Gatos disse...

LEgal, nem tenho mais nada a dizer, a história conta tudo!
beijo

Renata disse...

Com certeza eles só nos trazem benefícios, e tbm quem resiste aquelas carinhas fofas!!!!

Tenho um selinho pra vc no meu blog!!

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